
Sinopse: “A vida do jovem Paul Atreides está prestes a mudar radicalmente. Após a visita de uma mulher misteriosa, ele é obrigado a deixar seu planeta natal para sobreviver ao ambiente árido e severo de Arrakis, o Planeta Deserto. Envolvido numa intrincada teia política e religiosa, Paul divide-se entre as obrigações de herdeiro e seu treinamento nas doutrinas secretas de uma antiga irmandade, que vê nele a esperança de realização de um plano urdido há séculos. Ecos de profecias ancestrais também o cercam entre os nativos de Arrakis. Seria ele o eleito que tornaria viáveis seus sonhos e planos ocultos?”
Partes Favoritas:
A inteligência percebida na narrativa foi o que me prendeu ao seu contexto. Muito bem delineado, onde a estratégia faz parte do dia a dia dos protagonistas fortes e tão motivados em trazer equilíbrio. Uma aventura repleta de mensagens a respeito da sobrevivência, consciência e força de cada um.
“Um mundo é sustentado por quatro coisas o conhecimento dos sábios, a justiça dos poderosos, a prece dos justos e a coragem dos bravos. Mas tudo isso nada vale sem um governante que conheça a arte de governar.”
Comentários:
Paul Atreides é um jovem que me pareceu inseguro, em um primeiro momento, até se mudar para um novo planeta com sua família. O novo local possui vermes da areia gigantescos e praticamente não tem água, a tornando um artefato de luxo. Os habitantes do deserto precisam utilizar roupas específicas que reaproveitam a água do corpo, para não lhes faltar. Acontecimentos intrínsecos colocam à prova todo o treinamento de Paul, o jogando em situações as quais não esperava ter de lidar tão cedo; me surpreendi com tamanha evolução e com a voz que este protagonista ganha a cada nova etapa. É surpreendente vê-lo criar força e decidir seus próprios caminhos em um ambiente o qual intensifica a sobrevivência de seus habitantes.
O desconhecido cerca cada consequência das decisões tomadas por quem está no poder, e os subordinados podem sempre surpreender com suas façanhas não percebidas. Por vezes, diante de intensas estratégias, parecia que eu estava em meio a um jogo junto dos personagens tentando entender os acontecimento para tomar a melhor decisão possível. Aventura, sobrevivência, amadurecimento e provações. Duna é um livro bastante intrigante, a linha de narrativa, séria e dinâmica, segue em terceira pessoa. Suas páginas são dominadas por acontecimentos inteligentemente conectados e estruturados compondo esta obra de maneira a fazer seu leitor ter questionamentos, ao longo de sua leitura, comparando certos raciocínios com o que ocorre na vida real.
O autor delineia cada explicação e detalhe do ambiente, bem como a religião, política e cultura local de modo suave não deixando a leitura exaustiva ou maçante. Eu não sou muito de ler sobre política mas me vi percebendo questões lógicas e de estratégia por parte dos personagens que me despertou curiosidade. Só o fato de trazer todo um embasamento na cultura retratada, como se esta realmente existisse e o autor tivesse ido pesquisar sobre, é fantástico!
Me intrigou tanta personalidade dos protagonistas os quais parecem pessoas extremamente reais, não parecendo ficcional. Algo que para mim é novidade, é o fato de o psicológico dos personagens ser trabalhado ao longo da leitura; para serem bons soldados e obterem conquistas precisavam estar centrados deixando o medo de lado, e trazendo o equilíbrio mental.
Ao final de seus capítulos, há apêndices que comportam algumas explicações relevantes para se entender melhor várias pontas soltas. E, ainda, ao fim do livro, é possível encontrar um campo de terminologias com várias palavras que vão aparecendo ao longo de suas páginas, e seus respectivos significados. Indico o leitor marcar onde inicia tal glossário, eu mesma acabei o consultando diversas vezes enquanto desfrutava de minha aventura, pois muitas terminologias são desconhecidas e para entender o contexto, e boa parte das explicações, é necessário saber seus significados.
“Mas a sabedoria tempera o amor, não é? E dá nova forma ao ódio.”

Mensagem:
Curioso notar os protagonistas lidando com seus temores, se percebendo ao longo de cada uma de suas decisões. Tendo consciência de seus propósitos, deveres e qualidades. É interessante o quanto as palavras e pensamentos tomam forma e força durante a narrativa, contextualizando que um bom jogo de palavras e um discurso, que cause a correta interpretação, podem ser mais perigosos do que uma luta. O conhecimento e a inteligência levam cada um aonde quer estar, apenas interligando pontos que auxilie na caminhada.
Algo que também me chamou a atenção é o fato de alguns soldados do imperador, conhecidos por Sardaukar, serem treinados em um ambiente bastante hostil os tornando ainda mais fortes e os transformando em suas melhores versões em guerra; sendo quase impossível derrotar os sobreviventes a tal treinamento rigoroso. Acabei me questionando o quanto passar por situações difíceis torna cada um mais forte, claro que de uma maneira bem minimizada ao que os Sardaukar passavam em seus treinamentos.
Nossa, sua resenha aumentou ainda mais a minha vontade de ler a série! Faz uns anos que namoro Duna, mas acaba que nunca tirei o plano de ler do papel (em parte, porque os livros são meio caros 😔)
Parabéns pela resenha!
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Fico feliz que tenha gostado! Super indico, é uma leitura beeem interessante
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