Sinopse: “Versões modernas dos maiores vilões dos contos de fadas Organizado da mesma forma que O livro das princesas – também com o esquema de dois populares autores nacionais, e dois nomes famosos do exterior – O livro dos vilões reúne estes autores para uma coletânea de contos sobre vilões icônicos dos contos de fadas. As irmãs de Cinderela? Malévola? Madrastas e lobos? Carina Rissi, Cecily Von Ziegesar, Diana Peterfreund e Fábio Yabu estão aqui com a mensagem: este não é um livro tão bonzinho quanto o seu antecessor.”
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: eBook / Físico
Partes Favoritas:
Os dois últimos contos são os que eu mais gostei, o da Diana Peterfreund por ser fofo e o do Fábio Yabu por ser inteligente e cheio de mensagens. Os dois contam histórias muito bem delineadas e construídas que me envolveram do começo ao fim!!
“Sem conflito não tem história.”
Comentários:
O Livro dos Vilões segue a mesma linha de história de “O Livro das Princesas”, só que destacando o lado de alguns dos vilões mais conhecidos, em uma versão contemporânea. Conta com quatro contos, cada um retratando um vilão, ou seja, é uma antologia. Os vilões retratados são: as duas meia-irmãs da Cinderela, a madrasta da Branca de Neve, a famosa Malévola e o Lobo Mau. Sendo que dois desses contos são de autores brasileiros e dois de autores estrangeiros; o que traz uma riqueza de cultura e de criatividade em um único livro.
Em minha opinião, o primeiro conto acabou perdendo sua essência ao modificar de forma intensa e drástica a personalidade dos personagens, mostrando e focando no lado extremo ruim das pessoas no geral; talvez tenha faltado uma melhor estruturação. Até fiquei com medo que todos os contos fossem ir por esse caminho, mas isso não ocorre. Os outros três apresentam uma estrutura de texto que nos dá a curiosa visão do vilão e os motivos para seus atos, sem alterar a personalidade de ninguém; e, o mais importante, sem tirar a esperança natural dos Contos de Fadas.
Eu indico começar sua leitura pelo segundo conto, já que o primeiro conto tem muito destaque no negativo. Enquanto que a partir do segundo conto se tem um equilíbrio; equilíbrio que destaca o quanto todos podem ter um lado bom, mas também um lado ruim.
- #stepsisters – Sobre sapatos e selfies (Cecily von Ziegesar): Neste conto, em terceira pessoa, que foca mais no lado dramático e negativo dos personagens, Nastia e Dizzy Tremaine são as meia-irmãs de Cindy. Em uma adaptação da Cinderela, pensei que as irmãs se sobressairiam ou que veríamos o lado delas da história como as maiores vilãs, mas não é exatamente isso que ocorre. Fiquei indignada com o caminho que tudo tomou e triste também com a personalidade pouco estruturada dos personagens.
- Menina Veneno (Carina Rissi): Tudo desmorona quando Bianca ganha mais destaque que sua madrasta – mulher bem divertida que deixa a leitura repleta de humor – em uma campanha publicitária, por ser mais jovem e mais bonita. Estão reconhecendo? A Branca de Neve em uma narrativa, em primeira pessoa, por parte da madrasta de Bianca, Malvina. Mostrando que nem todos são o que parecem e que o passado das pessoas pode tanto ajudar a ser alguém melhor, como também pode ocorrer o extremo oposto.
- Quanto Mais Afiado o Espinho (Diana Peterfreund): Malena é uma jovem bruxa, obrigada a seguir as tradições de sua linhagem, mas quer pertencer a um grupo e decide frequentar a escola. Com a autorização da mãe, Malena descobre como as pessoas realmente são, no mundo lá fora, e o quão ruim elas podem ser. Este conto, em primeira pessoa, vai se revelando, aos poucos, muito bem construído. A vilã demora um pouco para realmente se mostrar, uma vilã que sofreu até chegar em seu ápice, o que me fez demorar um tanto para perceber que retratou o conto da Bela Adormecida.
- A Menina e o Lobo (Fábio Yabu): Bom, esse ficou fácil de identificar pelo título que se trataria do Lobo Mau. Mas contando também com a presença de outros personagens de outras histórias. Traz o quanto um vilão pode sofrer por ser vilão, como se ele não tivesse escolha – livre arbítrio. Me vi querendo que tudo desse certo para o Lobo Mau. Um conto mais reflexivo, recheado de mensagens, extremamente criativo e narrado de uma maneira bem envolvente, exatamente como um Conto de Fadas as avessas.
Mensagem:
Percebi ainda mais o quanto é necessário, e de extrema importância, ter empatia pelo outro. A personalidade de cada um vai sendo construída junto de seus medos e inseguranças, a partir da vivência, do dia a dia. Pensando no lado dos vilões, é possível analisar o quanto não podemos julgar alguém por suas atitudes, já que não sabemos pelo que aquela pessoa passou. Mas, também, mostra o quanto nem todos são extremamente bons e nem extremamente maus, apresenta o quanto todos tem seus defeitos e suas recaídas.
“Todo mundo tem um lado bom, e outro não tão bom assim.”
Tem também “O Livro das Princesas” que segue a mesma estrutura de leitura!
Cecily von Ziegesar; Carina Rissi; Diana Peterfreund; Fábio Yabu / Galera / Literatura Estrangeira e Brasileira, romance, fantasia