A Melodia Feroz

Sinopse: “Kate Harker e August Flynn vivem em lados opostos de uma cidade dividida entre Norte e Sul, onde a violência começou a gerar monstros de verdade. Eles são filhos dos líderes desses territórios inimigos e seus objetivos não poderiam ser mais diferentes. Kate sonha em ser tão cruel e impiedosa quanto o pai, que deixa os monstros livres e vende proteção aos humanos. August também quer ser como seu pai: um homem bondoso que defende os inocentes. O problema é que ele é um dos monstros, capaz de roubar a alma das vítimas com apenas uma nota musical. Quando Kate volta à cidade depois de um longo período, August recebe a missão de ficar de olho nela, disfarçado de um garoto comum. Não vai ser fácil para ele esconder sua verdadeira identidade, ainda mais quando uma revolução entre os monstros está prestes a eclodir, obrigando os dois a se unir para conseguir sobreviver.”

Victoria Schwab / Seguinte / Literatura Estrangeira, fantasia, aventura, distopia

Partes Favoritas:

No início eu gostei bastante da parte de distopia, a autora traz elementos bem diferenciados que, em minha opinião, fizeram o livro sair da mesmice e se reinventar! Mas, no decorrer da narrativa, fui gostando das reflexões que tive. Como esta é minha segunda vez o lendo, vi coisas que não havia visto na primeira leitura. Principalmente em se tratando de julgamentos, não necessariamente os monstros da história são tão maus assim e os humanos tão bons!

“Tipo, a maioria das pessoas quer escapar. Sair de dentro da própria cabeça. Da vida real.”

Comentários:

Dois jovens aventureiros, Kate Harker e August Flynn, são extremos opostos e têm suas linhas de destino não muito coincidentemente atreladas. Kate é humana, aventureira e parece não ter medo de nada; August é mais sentimental, mas é um monstro, ele consegue sugar a alma de quem já fez alguma maldade com o auxílio da música. O livro traz um ambiente e seres próprios, monstros que são criados a partir de atos de violência. O curioso é que tal leitura me trouxe uma reflexão por mostrar August, que é um monstro, com mais consciência e empatia pelo outro do que alguns humanos presentes no enredo.

Uma aventura com tom de distopia e também com trechos que possuem uma escrita diferenciada. A narrativa em terceira pessoa é fluida e meio subliminar, tudo vai sendo exposto e explicado aos poucos, sem muita pressa; talvez por isso eu tenha ficado meio perdida no começo da leitura, mas aos poucos fui me situando. Conforme as páginas se passam mais ação aparece e mais fortes são as cenas de lutas e de monstros se rebelando; ninguém está totalmente seguro e ninguém é completamente confiável. Uma história intrigante que segue caminhos inesperados, tortuosos e, ao mesmo tempo, reais.

Conta com um desfecho surpreendente que me fez questionar todos os elementos trazidos ao longo da narrativa, me deixando ansiosa para ler o segundo volume da série!! O tema abordado é bem curioso quando se pensa o quanto a maldade pode gerar consequências, no caso do livro é o nascimento de monstros visíveis. Mas na realidade isso também acontece, porém não se faz tão visível.

“Corsais, corsais, dentes e garras,

sombras e ossos abrirão as bocarras.

Malchais, malchais, cadavéricos e sagazes,

bebem seu sangue com mordidas vorazes.

Sunais, sunais, olhos de carvão,

com uma melodia sua alma sugarão.”

Mensagem:

Nem sempre somos aquilo que deixamos transparecer. Uma história que me fez refletir o quanto um julgamento pode estar completamente errado, nem sempre o que se julga ser um monstro, pela aparência, realmente o é. A aparência ou quaisquer outras características nem sempre são determinantes de algo, as coisas e as pessoas são muito mais do que aparentam.