A Bruxa e A Santa

Sinopse: “Na Alemanha do século XVIII, gêmeos eram considerados maus presságios. Sendo assim, o futuro de Beth e Lise estava sentenciado desde o nascimento. Porém, o senhor de tudo e todas as coisas escreve nossos destinos de maneiras misteriosas e inimagináveis. Ainda que nascidas com o mesmo dom, essas garotas estão destinadas a seguir vidas bem diferentes, tomarão decisões diferentes e principalmente, serão lembradas como pessoas diferentes. Mas, o que seria o bem e o mal quando ambas são faces iguais de uma mesma moeda? De que lado você estará… Quando a verdade for revelada?”

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Michael Josh / Rico Editora / Literatura Brasileira, fantasia, suspense

Partes Favoritas:

Mesmo sendo um aspecto mais chocante eu gostei do tom sobrenatural com fantasmas que se fez presente durante a narrativa; foi um diferencial que me impressionou. Também se destacou, pra mim, o fato de trazer diferentes culturas e detalhes bem interessantes e curiosos.

“Com o tempo certo, o coração se livrará da tristeza e você colecionará bons momentos.”

Comentários:

O nascimento de Beth e Lise, duas irmãs gêmeas, marcou muito a sociedade local, principalmente por ser uma época a qual ter gêmeos era sinônimo de má sorte e coisas ruins. As duas acabaram sendo separadas e vivendo em ambientes totalmente diferentes, fazendo com que seus dons fossem interpretados de maneira a tornar uma Santa e outra Bruxa. Dons estes que as permitiam enxergar coisas que ninguém mais era capaz e de prever acontecimentos. Nesta narrativa, em terceira pessoa, é possível perceber uma forte crítica a sociedade no quesito das crenças e em como as mulheres eram tratadas, sem ter voz e opção de escolha; além de ser repleta de suspense e com detalhes culturais.

Fantasmas, demônios e anjos fazem parte da história que traz maior ênfase na superação dos momentos conturbados, tristes e difíceis. Uma leitura com aspectos mais reais, duas personagens que se destacaram pela persistência e a garra de ir atrás do que queriam e ansiavam. Percebi que a fantasia em si acabou ficando em segundo plano, em minha opinião. Se prendeu mais na mensagem que iria passar, deixando o enredo com tom mais sério e carregado. O foco do livro ficou por parte da crítica e da mensagem transmitidas, principalmente a respeito das interpretações e julgamentos daquilo que se acha ser bom e o que não o é.

Uma história que mesmo sendo mais carregada, devido aos seus pontos reais dentro da sociedade abordada, é interessante e curiosa. Traz vários aspectos que bombardeiam seu leitor com informações e linhas de pensamento que são interessantes. Um livro de mensagens enrustido em uma trama de fantasia.

Mensagem:

Algo que me chamou forte atenção é a crítica ao fato de como a mulher era tratada na época. O homem tinha liberdade de muitas coisas que a mulher não poderia sequer pensar sobre, que já era tachada como errada.

Um destaque extremo ao ponto de certo ou errado, bom ou mau; tudo muito preto no branco. Mostrando que, talvez, nem tudo seja exatamente o que se julga ser. O julgamento, por si só, já vem atrelado de achar algo do outro sem ao menos conhecê-lo. Não tem como julgar algo ou alguém sem saber pelo que aquele alguém passa ou já passou. O julgamento acaba sendo apenas a interpretação de quem julga.

“Ser agraciado ou amaldiçoado é apenas uma interpretação.”

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